terça-feira, 21 de maio de 2013

Despedida curta e intensa.


Na tarde de Lunes/Segunda (20) aconteceu as tão esperadas mesas de debate. Com cerca de 16 mesas com temas distintos, foram discutidos em grupos heterogêneos assuntos como: Filosofia para o pensamento e ação, Etnoculturas para o respeito e a convivência, Cultura de Paz, Feminismo e cultura comunitária, entre muitos outros.

Apesar das tentações de estar em mais de uma mesa, com tantos temas interessantes, eu acabei participando da Mesa 1, cujo tema foi “Arte para transformação social” e o objetivo era agrupar pontos de cultura que através das variadas expressões artísticas buscam gerar laços comunitários e oportunidades de reflexão sobre suas próprias realidades, seus problemas e suas potencialidades. É a ARTE agindo para transformação social, além da transformação pessoal, na sua forma estética, mas sobretudo, na formação ética das comunidades.

Com a mediação da Argentina do “Crear Vale La Pena”, Inês Sanguinetti, se iniciou a mesa com uma dinâmica  muito simples e funcional.

Eu, Argentinos, Peruanos, Colombianos, Brasileiros e muitos outros de outros países começaram com uma roda e após a dinâmica foi proposto uma discussão do que aquilo nos demostrava e o que nos tínhamos feito sentir.

O poder e a necessidade da participação de todos num coletivo foi um dos primeiros pontos discutidos. A confiabilidade no próximo e a necessidade da presença não de um líder, mas de muitos líderes ficou evidente. Como se alguém necessitasse dar um “start” no movimento, onde era passado para frente e quando chegava a hora todos eram lideres.

Outra reflexão bem intensa aconteceu em relação aos erros e o não perfeito, como num processo nada é linear, sempre á ondas (boas ou não) que interferem apesar de muitas vezes não esperada. Um fato que não colocamos nas nossas expectativas quando começamos algo, seja um projeto ou uma relação, mas que no final o efeito sempre é positivo. As “ondas” são necessárias e não podemos deixar interferir tanto no processo. (haja jogo de cintura)

Após a fantástica dinâmica, que  já nos deu uma ideia do que realmente faríamos naquela Mesa, formamos grupos de mais ou menos 10 pessoas e após nos apresentar, discutimos sobre nossos projetos, problemáticas e vitórias.

No meu grupo havia mais 2 brasileiros, 2 peruanos, 2 argentinos, 1 de Bogotá e 1 Colombiana e realmente as trocas e as poucas conversas que tivemos já nos mostrou o quanto temos os mesmos problemas e vitórias, apesar das diferenças culturais.

Todos temos dificuldades na conversa e articulação com nossos governos, vemos a necessidade de desenvolver a sociedade local, a importância do contato com o próximo e por final, apesar das dificuldades, somos todos inovadores e guerreiros por andar, na maioria das vezes, na contramão da sociedade.

Um fato que foi bem citado em todos os discursos e conversas do Congresso e que pode ser considerado o fato em comum mais importante e impactante na nossa história e sociedade é:  TODOS NOS FOMOS COLONIZADOS.

Essa ação histórica gerou reações muito fortes e decisivas no desenvolvimento dos nossos povos e países, interferindo diretamente em todo o processo, o que nos fez acender mais ainda a chama de realmente agir para desenvolver nossas culturas, incentivando e demonstrando a importância de cultivar nesse mundo o que realmente somos. ;)

Hoje (21), acontece o encerramento do I Congresso Latino Americano Cultura Viva Comunitária e para finalizar esse evento histórico, vai acontecer no final da tarde o resumo e apresentação de conclusões, estratégias e linhas de ação das mesas e círculos de visão do Congresso, e o Dia Mundial da Diversidade Cultural.

Muitos já vão embora para su casas amanhã bem cedo, então hoje é dia de despedida, mas uma despedida curta e intensa, daquelas que fazemos porque é necessário, mas com sentimento que não vai demorar muito para nos reencontrarmos de novo.

Afinal, o I Congresso Latino Americano de Cultura Viva Comunitária em La Paz/Bolivia é um pequeno passo para quem estava engatinhando. O “start” já foi dado, os desafios são grandes e sinto que os medos são muitos. Mas não podemos deixar o movimento parar. A criança que hoje está começando a dar seus primeiros passos não pode ter medo de aprender e crescer.

Agora o que importa é a continuidade disso, como vai se dar? Uma dúvida que pretendo tirar nesse evento de encerramento. Mas de uma coisa tenho consciente, como o start já foi dado, hoje sou uma das líderes que tem sim a responsabilidade da escolha de continuar essa corrente, ou não.

Viva La Cultura Viva Comunitaria!
Que essa chama não se apague...que sempre esteja bem Viva.

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