Na tarde de Lunes/Segunda (20) aconteceu as tão esperadas
mesas de debate. Com cerca de 16 mesas com temas distintos, foram discutidos em
grupos heterogêneos assuntos como: Filosofia para o pensamento e ação, Etnoculturas
para o respeito e a convivência, Cultura de Paz, Feminismo e cultura
comunitária, entre muitos outros.
Apesar das tentações de estar em mais de uma mesa, com
tantos temas interessantes, eu acabei participando da Mesa 1, cujo tema foi
“Arte para transformação social” e o objetivo era agrupar pontos de cultura que
através das variadas expressões artísticas buscam gerar laços comunitários e
oportunidades de reflexão sobre suas próprias realidades, seus problemas e suas
potencialidades. É a ARTE agindo para transformação social, além da
transformação pessoal, na sua forma estética, mas sobretudo, na formação ética
das comunidades.
Com a mediação da Argentina do “Crear Vale La Pena”, Inês
Sanguinetti, se iniciou a mesa com uma dinâmica
muito simples e funcional.
Eu, Argentinos, Peruanos, Colombianos, Brasileiros e muitos
outros de outros países começaram com uma roda e após a dinâmica foi proposto
uma discussão do que aquilo nos demostrava e o que nos tínhamos feito sentir.
O poder e a necessidade da participação de todos num
coletivo foi um dos primeiros pontos discutidos. A confiabilidade no próximo e
a necessidade da presença não de um líder, mas de muitos líderes ficou
evidente. Como se alguém necessitasse dar um “start” no movimento, onde era passado
para frente e quando chegava a hora todos eram lideres.
Outra reflexão bem intensa aconteceu em relação aos erros e
o não perfeito, como num processo nada é linear, sempre á ondas (boas ou não)
que interferem apesar de muitas vezes não esperada. Um fato que não colocamos
nas nossas expectativas quando começamos algo, seja um projeto ou uma relação,
mas que no final o efeito sempre é positivo. As “ondas” são necessárias e não
podemos deixar interferir tanto no processo. (haja jogo de cintura)
Após a fantástica dinâmica, que já nos deu uma ideia do que realmente
faríamos naquela Mesa, formamos grupos de mais ou menos 10 pessoas e após nos
apresentar, discutimos sobre nossos projetos, problemáticas e vitórias.
No meu grupo havia mais 2 brasileiros, 2 peruanos, 2
argentinos, 1 de Bogotá e 1 Colombiana e realmente as trocas e as poucas
conversas que tivemos já nos mostrou o quanto temos os mesmos problemas e
vitórias, apesar das diferenças culturais.
Todos temos dificuldades na conversa e articulação com
nossos governos, vemos a necessidade de desenvolver a sociedade local, a importância
do contato com o próximo e por final, apesar das dificuldades, somos todos
inovadores e guerreiros por andar, na maioria das vezes, na contramão da
sociedade.
Um fato que foi bem citado em todos os discursos e conversas
do Congresso e que pode ser considerado o fato em comum mais importante e
impactante na nossa história e sociedade é: TODOS NOS FOMOS COLONIZADOS.
Essa ação histórica gerou reações muito fortes e decisivas
no desenvolvimento dos nossos povos e países, interferindo diretamente em todo
o processo, o que nos fez acender mais ainda a chama de realmente agir para
desenvolver nossas culturas, incentivando e demonstrando a importância de
cultivar nesse mundo o que realmente somos. ;)
Hoje (21), acontece o encerramento do I Congresso Latino
Americano Cultura Viva Comunitária e para finalizar esse evento histórico, vai
acontecer no final da tarde o resumo e apresentação de conclusões, estratégias
e linhas de ação das mesas e círculos de visão do Congresso, e o Dia Mundial da
Diversidade Cultural.
Muitos já vão embora para su casas amanhã bem cedo, então
hoje é dia de despedida, mas uma despedida curta e intensa, daquelas que
fazemos porque é necessário, mas com sentimento que não vai demorar muito para
nos reencontrarmos de novo.
Afinal, o I Congresso Latino Americano de Cultura Viva
Comunitária em La Paz/Bolivia é um pequeno passo para quem estava engatinhando.
O “start” já foi dado, os desafios são grandes e sinto que os medos são muitos.
Mas não podemos deixar o movimento parar. A criança que hoje está começando a
dar seus primeiros passos não pode ter medo de aprender e crescer.
Agora o que importa é a continuidade disso, como vai se dar?
Uma dúvida que pretendo tirar nesse evento de encerramento. Mas de uma coisa
tenho consciente, como o start já foi dado, hoje sou uma das líderes que tem
sim a responsabilidade da escolha de continuar essa corrente, ou não.
Viva La Cultura Viva Comunitaria!
Que essa chama não se apague...que sempre esteja bem Viva.
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